quinta-feira, 15 de maio de 2008

IRENA SENDLER

  • A mulher que salvou 2500 crianças do gueto não gostava da palavra herói.
  • Uma das grandes heroínas polonesas da Segunda Guerra Mundial, Irena Sendler, que salvou a 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia, morreu nesta segunda-feira aos 98 anos. A sua filha, Janina Zgrzembska, não deu grandes detalhes sobre o falecimento da mulher que gostava de recordar que a "educaram a partir da crença de que se deve salvar as pessoas não importa a religião ou nacionalidade". Nascida em 1910, Irena Sendler foi uma desconhecida durante muitos anos para os poloneses. O mesmo acontecera com Oskar Schindler, que morreu na pobreza na Alemanha antes da façanha de ter salvo os funcionários judeus da sua fábrica ser levada ao cinema por Steven Spielberg. Apenas em Março de 2007 a Polónia lhe prestou uma homenagem solene e o seu nome foi proposto ao prémio Nobel da Paz. No entanto, o memorial israelense do Holocausto, o Yad Vashem, entregou-lhe, em 1965, o título de Justo entre Nações, destinado aos não judeus que salvaram judeus. Assistente social, Irena Sendler trabalhava antes da guerra com famílias judias pobres de Varsóvia, a primeira metrópole judia da Europa, onde viviam 400.000 dos 3,5 milhões de judeus de toda a Polónia. A partir do Outono de 1940, passou a correr muitos riscos ao fornecer alimentos, roupas e medicamentos aos moradores do gueto instalado pelos nazistas. No fim do Verão de 1942, Irena Sendler uniu-se ao movimento de resistência Zegota, (Conselho de Ajuda aos Judeus). A polonesa conseguiu retirar de maneira clandestina milhares de crianças do gueto e alojava-as entre famílias católicas e conventos. "Fomos testemunhas de cenas infernais quando o pai estava de acordo, mas a mãe não", comentou a um site na internet dedicado a ela (http://www.dzieciholocaustu.pl/). As crianças eram escondidas em maletas e retiradas por bombeiros ou em camiões de lixo. Em alguns casos chegavam a ser escondidas dentro dos abrigos de pessoas que tinham autorização para entrar no gueto. Sendler foi presa na sua casa em 20 de Outubro de 1943. Durante o período em que ficou detida no quartel-general da Gestapo, foi torturada pelos nazistas que quebraram os seus pés e pernas. Ainda assim, ela não falou nada. Logo depois, foi condenada à morte, mas milagrosamente foi salva quando a conduziam à execução por um oficial alemão, que a resistência polonesa conseguiu corromper. Sendler continuou a sua luta clandestina sob uma nova identidade até ao final da guerra, trabalhando como supervisora de orfanatos e asilos no seu país. Nunca se considerou uma heroína. "Continuo com a consciência pesada por ter feito tão pouco", confessou. Devido ao seu estado de saúde delicado, Irena Sendler não participou na cerimónia que a homenageou em 2007, mas enviou uma sobrevivente, salva por ela num gueto quando bebé, em 1942, para ler uma carta em seu nome. "Convoco todas as pessoas generosas ao amor, à tolerância e à paz, não somente em tempos de guerra, mas também em tempos de paz", escreveu. Jovens do Kansas escreveram sobre Irena aquando da sua morte:
  • "Perdemos um gigante da raça humana. Ela representou e representa o que de melhor há no mundo."
  • Para conhecer melhor Irene Sendler pesquise nos sites:

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