quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Padre António Vieira

Começam hoje as comemorações do IV Centenário do nascimento do Padre António Vieira (6 de Fevereiro de 1608).
Fernando Pessoa chamou-lhe Imperador da Língua Portuguesa.
A sua obra é profundamente crítica da sociedade e do mundo, com particular incidência na crítica das praxes coloniais no Brasil, onde se destacou na defesa dos direitos dos índios e dos escravos negros. Já na metrópole, bateu-se arduamente pelo fim das perseguições inquisitoriais com base no sangue, atingindo sobretudo os judeus, denunciando ao Papa as práticas cruéis do Santo Ofício. Foi um percursor na defesa dos direitos humanos.
Seguem-se algumas notas biográficas.
Notável prosador e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e faleceu na Baía em 1697. Aos seis anos vai para o Brasil com os pais e fixa-se na Baía. Em 1623 inicia o noviciado na Companhia direitos de Jesus. Ordena-se sacerdote em 1635, exerce as funções de pregador nas aldeias baianas e começa a granjear notoriedade como pregador. Os primeiros sermões já reflectem as preocupações sócio-políticas de Vieira porquanto a colónia da Baía lutava contra as invasões dos holandeses. Em 1641, restaurada a independência, regressa a Portugal e cativa o favor de D. João IV. Por isso, inicia em 1646 missões diplomáticas na Europa. Volta ao Brasil em 1653, para o estado do Maranhão, depois de se envolver em questões relacionadas com a Companhia de Jesus. Aí toma um papel muito activo nos conflitos entre jesuítas e colonos, como paladino dos direitos humanos, a propósito da exploração dos indígenas. No ano seguinte prega o " Sermão de Santo António aos Peixes ". É expulso do Maranhão pelos colonos, em 1661, e regressa a Lisboa. Em 1665 é preso em Coimbra pelo Tribunal do Santo Ofício sob a acusação de acreditar nas profecias do poeta Bandarra. Três anos depois é amnistiado e retoma as pregações em Lisboa. Em 1669 parte para Roma e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício. Regressa a Portugal em 1675; mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera), retira-se de vez para a Baía em 1681 onde se entrega ao trabalho de compor e editar os seus Sermões.
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